Ali estava ela, em frente ao caçador.
Disse-lhe que não podia competir com aquilo. Que havia algo mais forte do que ela. Era como correr atrás do vento: ora somos puxados, ora somos empurrados. E de facto, o seu pequeno coração não aguentava tanto empurrão. Ou pelo menos, ela assim o achava. Ele queria dizer-lhe um «não», mas ainda não o tivera feito. Talvez por medo, insegurança. Ou então, simplesmente porque não queria ter esse trabalho. Mas ela já estava farta de tantas voltas e histórias que nunca mais acabavam. E eis que veio o tal «não». Dela para ele. Não havia cá enfeites nem rodeios; foi simplesmente um «não». «Não» a todos os sonhos, recordações, planos, tentativas. «Não» ao «para sempre». Foi um «não» um tanto frio. Quase tão frio como o ar que respiravam. E respiravam-no todos os dias. Dia após dia, sempre assim sucessivamente. E num desses dias, daqui a muitos dias, quando pararem de o respirar, estarão finalmente livres.
Afinal não é «... no bem e no mal, até que a morte vos separe» ?