Haviam dois homens que trabalhavam juntos, em negócios. Um deles, o mais velho, andava sempre a arranjar problemas e a enganar o outro. O mais novo tinha um problema muito sério no coração, e podia morrer a qualquer momento. Eles não se davam nada bem, mas eram, de certo modo, "obrigados" a trabalhar juntos. Não é que alguém os 'obrigasse' literalmente, mas ou trabalhavam juntos, ou não trabalhavam sequer. Não tinham escolha.
Até que um dia, estavam eles a discutir e o mais velho disse ao mais novo, sem hesitar nem um pouco e com um tom de provocação mesmo mesmo provocante "Cala-te homem, que tu provavelmente morres um dia destes! Esse teu coração já não aguenta muita turbulência". Ironia ou não, eles tinham um negócio para fazer, muito longe do sítio onde viviam e tinham que ir de avião. O mais novo atrasou-se, por causa de uns problemas que a mulher dele estava a ter. O pobre do homem também só tinha era problemas; ou era a sua saúde, que essa ele nunca a tinha, ou era a sua mulher que estava constantemente a ser incomodada pelo patrão da firma onde trabalhava. O mais velho, armado em esperto, foi-se embora sem o mais novo, pois assim ele poderia ficar com todos os lucros do negócio, dizendo que o mais novo tinha desistido da viajem pois tinha imenso medo de aviões. Verdade ou não, o que é certo é que ninguém teria provas em contrário. Nem mesmo o homem mais velho. Esse mesmo que deve estar ainda hoje, sentado na sua nuvem, algures lá no imenso céu, a olhar cá para baixo, observando os destroços do avião em que viajara naquela noite. Talvez também ele deseje agora ter tido um medo incontrolável de andar num avião.
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